“Doutor, essa é a pior dor que eu já senti na minha vida, daquelas que fazem um adulto chorar e se desesperar”.
Essa é a descrição de uma condição chamada Neuralgia Pós-Herpética e se você acompanha nossos posts aqui no site ou nas redes sociais deve ter percebido a semelhança com a descrição de outra condição chamada Neuralgia do Trigêmeo.
E por que isso acontece ? Há alguma relação entre essas duas doenças ? O que é Neuralgia Pós-Herpética ? Vamos responder essas e outras perguntas importantes a seguir.
A Neuralgia (ou Nevralgia) Pós-Herpética é uma condição que evolui com dor subaguda ou crônica (geralmente mais de 4 semanas) originada de um nervo específico ou grupamento de nervos no nosso corpo (cabeça, face, tronco,membros) e que é resultado da lesão desses nervos por uma infecção chamada Herpes-Zóster.
Herpes-Zóster é uma infecção resultante da reativação de um vírus chamado Varicela-Zóster. Sim, é aquele mesmo vírus causador da catapora que pode ficar adormecido no nosso corpo por muito tempo e ser reativado principalmente em ocasiões em que há comprometimento do nosso sistema imunológico, fato que faz dos idosos o grupo mais frequentemente acometido por essa doença.
Outros fatores como doenças auto-imunes (Esclerose Múltipla, LUPUS), infecção pelo vírus HIV, alguns tratamentos medicamentosos e estresse também podem comprometer o sistema imunológico e predispor ao surgimento do Herpes-Zóster.
A infecção por Herpes-Zóster evoluiu caracteristicamente com dor intensa localizada, prurido (coceira), mal estar geral e posteriormente lesões cutâneas avermelhadas localizadas ao longo do trajeto de nervos ou grupamento de nervos no nosso corpo, sendo assim podem surgir na cabeça, face, tronco e membros.
Essas lesões cutâneas geralmente se formam entre 3 a 5 dias da evolução da doença posteriormente se transformando em crostas que se cicatrizam ao longo da processo de cura da doença que gira em torno de 4 semanas.
Um dos grupamentos de nervos mais frequentemente acometidos na Herpes-Zóster é justamente o do Nervo Trigêmeo que é responsável por grande parte da inervação sensitiva da face e que como resultado da infecção pode ter suas fibras lesadas tendo como consequência um quadro de dor intensa e crônica na face, principalmente ao longo do território de inervação do Nervo Trigêmeo.
Atualmente, a Neuralgia Trigeminal Pós-Herpética é classificada como um dos subtipos de Neuralgia Trigeminal pela Classificação Internacional das Cefaléias (ICHD) organizada pelo Comitê Internacional para Classificação de Cefaléias (IHS).
Estima-se que menos menos de 10% dos pacientes com Herpes-Zóster evoluem com Neuralgia Trigeminal Pós-Herpética e fatores como a condição de saúde prévia do paciente, tratamento inadequado da infecção por Herpes-Zóster e reinfecções estejam ligados à uma maior predisposição para o desenvolvimento da Neuralgia Trigeminal Pós-Herpética.
Existem diferentes modalidades de tratamento para Neuralgia Trigeminal Pós-Herpética, incluindo medicamentosas e cirúrgicas. O tratamento inicial é geralmente medicamentoso e utiliza medicações como a Gabapetina, Pregabalina e/ou Carbamazepina.
A escolha da modalidade de tratamento é individualizada e baseada em características como a idade do paciente, qualidade de vida atual do paciente , a existência de outras doenças associadas e histórico de outros tratamentos para Neuralgia Trigeminal Pós-Herpética.
Modalidades de tratamento cirúrgicas como Rizotomias Trigeminais Percutâneas possuem resultados efetivos no controle da Neuralgia Trigeminal Pós-Herpética e geralmente são adequadas nos casos de refratariedade ao tratamento medicamentoso.
Neuralgia Trigeminal Pós-Herpética é uma doença incomum e por isso os pacientes costumam percorrer um longo e árduo caminho até o diagnóstico correto e tratamento efetivo. O objetivo aqui é justamente reunir as pessoas, conscientiza-las sobre essa condição com informações confiáveis e sobre o que podemos fazer para REALMENTE ajudar. Lembrem-se disso.
CRM 34411 RQE 26492
Graduado em Medicina pela Fundação Universidade Regional de Blumenau- SC, onde iniciou sua carreira.
Em constante crescimento e evolução, o médico se especializou em Neurocirurgia pelo Hospital Universitário Evangélico Mackenzie de Curitiba-PR, onde mais tarde também realizou Pós-Graduação em Cirurgia da Base do Crânio.
Ampliando as especialidades de atendimento, o especialista se graduou em Neuro-Oncologia pelo Hospital Sírio-Libanês em São Paulo-SP.
Atualmente é membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e da Sociedade Latino-Americana de Neuro-Oncologia.
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