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Cavernomas Cerebrais: O que é, Sintomas e Tratamento

Irlon Oliveira • 22 de março de 2024
Cavernorma Cerebral

O que é cavernoma cerebral?


O cavernoma cerebral é um tipo de malformação vascular que pode surgir no Sistema Nervoso Central, incluindo o cérebro, tronco cerebral, cerebelo ou medula espinhal. 


Consistem basicamente em um emaranhado de canais vasculares de paredes finas e mal formadas com tamanhos variados, geralmente entre 1 e 5cm que podem se apresentar com lesão única ou lesões múltiplas em diferentes locais do sistema nervoso central. 


Distribuem-se quase que igualmente entre homens e mulheres, podendo permanecer assintomáticos ou manifestando sinais e sintomas geralmente entre a terceira e a quarta década de vida com uma prevalência entre 0,4% e 0,8% da população.


Rotineiramente dividimos em dois grupos de apresentação : Esporádicos e familiares.


Grupo Esporádico


Representa a maior parte dos casos, nos quais geralmente não há histórico familiar da doença, não há mutação genética bem definida ou a existência de fatores predisponentes como exposição a radiação por exemplo.


Nesse grupo, geralmente há uma lesão única. 


Grupo Familiar


O grupo familiar é definido por aqueles pacientes com histórico familiar da doença, pais, avós e irmãos.


Além disso, nesses casos já há um conhecimento maior sobre as mutações genéticas envolvidas na formação dos cavernomas e comumente esses pacientes se apresentam com múltiplas lesões cavernomatosas no sistema nervoso central.


Como surge um cavernoma cerebral?


Os cavernomas cerebrais são malformações vasculares que em sua grande maioria surgem como resultado de mutações genéticas esporádicas ou hereditárias.


Sinais e sintomas dos cavernomas


O sinais e sintomas da doença podem ser resultado do sangramento dos cavernomas (Lembre-se que são emaranhados de pequenos vasos sanguíneos malformados) ou do efeito expansivo da lesão sobre cérebro e incluem:


  • Dores de cabeça.
  • Crises convulsivas.
  • Déficits neurológicos como diminuição de força de um membro ou de lado do corpo. 


Ok, tenho um cavernoma doutor, quais as chances dele sangrar?


Isso é variável, depende de fatores como a localização, por exemplo, aqueles pacientes com cavernomas de tronco cerebral tem uma chance maior de hemorragia, assim como aqueles pacientes que possuem outras doenças associadas como hipertensão arterial. 


Aqui é importante ressaltar um ponto: Na grande maioria dos casos, quando o cavernoma é diagnosticado conseguimos identificar sinais de que em algum momento houve algum tipo de sangramento proveniente do cavernoma que muitas vezes pode não ter gerado nenhum sintoma. 


Sabidamente, logo depois dessas hemorragias, principalmente nos dois primeiros anos após, o risco de ressangramento é maior que o habitual. 


Em contrapartida, em grande parte dos casos os cavernomas são assintomáticos e por isso mesmo, muitas vezes são diagnosticados incidentalmente, ou seja, o paciente foi submetido a um exame de imagem por outro motivo e acabou descobrindo um cavernoma.



Diagnóstico dos cavernomas


O diagnóstico dos cavernomas é realizado combinando as potenciais manifestações clínicas com exames de imagem como a Ressonância Magnética.


Importante ressaltar que frequentemente o diagnóstico dos cavernomas é incidental, ou seja, naquelas ocasiões em que o paciente realiza um exame de imagem por outro motivo e acaba por descobrir um cavernoma. 


Cavernoma é grave? Pode matar?


Toda e qualquer condição ou doença que pode resultar em complicações ameaçadoras a vida deve ser considerada grave.


Entre as complicações mais graves dos cavernomas estão hemorragias extensas que podem ter consequências fatais.


Por isso, o diagnóstico, controle de fatores de risco e tratamento precoce são primordiais. (Link para agendamento).


O que o cavernoma pode causar?


Os cavernomas podem causar hemorragias no Sistema Nervoso Central, crises convulsivas e déficits motores.


Importante ressaltar que muitos pacientes com cavernomas são assintomáticos, ou seja, não apresentam qualquer sinal ou sintoma da doença. 


Cavernoma tem cura?


Em muitos casos os cavernomas do sistema nervoso central têm tratamento e cura.


Logicamente, isso depende de alguns fatores essenciais como a localização, tamanho, se são únicos ou múltiplos e da condição clínica do paciente.


Muitos casos, principalmente aqueles em que há uma lesão única são passíveis de ressecção cirúrgica que é curativa.


Por isso é muito importante a avaliação de um especialista.


Tratamento dos cavernomas cerebrais


O tratamento dos cavernomas inclui desde modalidades cirúrgicas até conservadoras com o acompanhamento através de exames de imagem e controle de fatores de risco como a hipertensão arterial. 


As indicações para o tratamento cirúrgico dos cavernomas incluem:


  • Múltiplas hemorragias,
  • Déficits neurológicos progressivos,
  • Manifestações como crises convulsivas causadas pelo cavernoma.


O objetivo da cirurgia é sempre ressecar toda a lesão, pois remanescentes podem causar outras hemorragias ou convulsões futuras. 


Existem outras modalidades de tratamento que podem ser utilizadas mas que têm eficiência ainda em estudo, como é o caso da radiocirurgia, em que utilizamos radiação focalizada naquela lesão para tratá-la. 


A avaliação de um especialista é primordial para a escolha da modalidade de tratamento mais adequada para o seu caso, agende uma consulta online.


Tratamento cirúrgico do cavernoma


A cirurgia para tratamento dos cavernomas é uma das modalidades terapêuticas disponíveis e a mais eficiente, já que quando a ressecção cirúrgica da lesão cavernomatosa é completa, esse tratamento é curativo. 


O procedimento cirúrgico para ressecção dos cavernomas é seguro e bem consolidado na prática médica.


Realizado sob anestesia geral e monitorização contínua de todos os sinais vitais e funções cerebrais do paciente.


A duração do procedimento é variável (em média 6-7 horas), a recuperação pós operatória imediata é realizada em unidade de terapia intensiva e após alguns dias de internação o paciente recebe alta hospitalar.


Dúvidas frequentes sobre cavernomas


Aqui estão algumas das dúvidas mais frequentes dos pacientes com cavernomas cerebrais:


Cavernoma é câncer?

Não. Apesar de estarem ligados a mutações genéticas que induzem a proliferação de vasos malformados, os cavernomas não estão entre o grupo de doenças consideradas como um tipo de câncer. 


Cavernoma pode desaparecer?

Raramente essas lesões desaparecem espontaneamente, sem tratamento.


Quando diagnosticadas, todos os casos demandam avaliação de um médico especialista para definição da modalidade terapêutica mais adequada.


Cavernomas deixam sequelas?

Entre as complicações potenciais dos cavernomas estão hemorragias ou compressão de estruturas do sistema nervoso central e que podem acarretar sequelas neurológicas.


Diagnóstico, controle de fatores de risco e tratamento precoce diminuem muito as chances de ocorrerem essas complicações.


Como saber se o cavernoma sangrou?

Exames de imagem como a Ressonância Magnética auxiliam no diagnóstico dos cavernomas e das potenciais hemorragias provenientes dessas lesões. 


Esse é mais um exemplo de como informação e orientação adequadas sempre vão te ajudar, então sempre perguntem. Entender o que você tem faz parte do tratamento.


Se identificou com os sintomas? Agende uma consulta online e tire todas as suas dúvidas com neurocirurgião especialista.


Se cuidem, boa semana, até a próxima. 


Saiba mais sobre cavernoma cerebral com o Dr. Irlon Oliveira nesse áudio.


Consulta Online - Dr Irlon Oliveira Neurocirurgião

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CRM 34411 RQE 26492


Graduado em Medicina pela Fundação Universidade Regional de Blumenau- SC, onde iniciou sua carreira.


Em constante crescimento e evolução, o médico se especializou em Neurocirurgia pelo Hospital Universitário Evangélico Mackenzie de Curitiba-PR, onde mais tarde também realizou Pós-Graduação em Cirurgia da Base do Crânio.


Ampliando as especialidades de atendimento, o especialista se graduou em Neuro-Oncologia pelo Hospital Sírio-Libanês em São Paulo-SP.


Atualmente é membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e da Sociedade Latino-Americana de Neuro-Oncologia. 

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